(18h)
O Ministério Público Eleitoral pediu, na tarde desta quarta (07), a
cassação da governadora Roseana Sarney (PMDB) e do vice-governador
Washington Luiz Oliveira (PT). O procurador-geral da República, Roberto
Gurgel emitiu, agora há pouco, parecer favorável pela cassação dos dois
por abuso de poder político.
No seu
parecer, Gurgel manifesta opinião pela cassação em razão do abuso de
convênios eleitoreiros praticados por Roseana Sarney às vésperas das
eleições de 2010 e a cooptação de prefeitos de oposição.
A relatora do processo é a ministra Luciana Lóssio.
No
parecer de 32 páginas em que opina pela cassação da governadora, Gurgel
afirma que a “farta documentação” do processo revela, de fato, que “o
governo do estado do Maranhão intensificou a celebração de convênios e a
transferência de recursos aos municípios e entidades comunitárias no
primeiro semestre do ano da eleição, especialmente no mês de junho e nos
três dias que precederam a convenção dos nomes dos recorridos”.
Ainda
segundo o procurador-geral, os convênios eram realizados em tempo
recorde. “No prazo de dois dias, eles eram assinados, publicados no
órgão oficial e o dinheiro creditado na conta do município, cujos
saques, de acordo com notícia nos autos, eram feitos em espécie,
diretamente na boca do caixa”, sustenta Gurgel. Segundo ele, no mês de
junho de 2010, foram assinados 44 convênios apenas no âmbito da
Secretaria das Cidades, todos com o mesmo objeto.
Roseana
Sarney assinou convênios com prefeituras no valor de R$ 800 milhões
entre abril e junho de 2010, “com nítido caráter eleitoreiro”. Destes,
R$ 127 milhões foram liberados a três dias da data da convenção
partidária que homologou o nome da peemedebista para disputar o governo
do Maranhão.
O programa “Viva
Moradia”, criado no ano da eleição, foi considerado abuso de poder pelo
Ministério Público. A partir dele, Roseana celebrou 979 convênios com
municípios num valor total de mais de R$ 393 milhões em apenas três
dias, caracterizando, segundo o Ministério Público, abuso de poder
político.
Os convênios foram
celebrados nos dias 22, 23 e 24 de junho, sendo este último o dia da
convenção do PMDB que homologou a candidatura de Roseana Sarney.
“Essa
ação tinha um objetivo claro e imediato: interferir no processo
eleitoral em curso e beneficiar as candidaturas dos recorridos,” disse
Roberto Gurgel no parecer. Roseana ganhou as eleições no primeiro turno
por 0,08% dos votos a mais que a metade dos votos válidos.
Liberado
o parecer, agora o Recurso Contra Expedição de Diploma (RCED 809) volta
para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ser colocado em
julgamento.
A denúncia que originou o
processo de cassação foi feita pelo ex-governador José Reinaldo Tavares
(PSB) e então candidato ao Senado pela coligação Muda Maranhão. Assinam a
petição os advogados Rodrigo Lago e Rubens Pereira Júnior.
O
mandato de Roberto Gurgel na Procuradoria Geral da República encerra no
próximo dia 15 de agosto, quando será substituído por um dos
subprocuradores gerais da República que constam de uma lista tríplice
que está com a presidente Dilma Rousseff.
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